sábado, 23 de fevereiro de 2013


Correção da ficha de trabalho realizada no dia 20 de fevereiro de 2013

Descrição e interpretação da atividade cognitiva

De acordo com a análise funomológica do conhecimento, o sujeito e o objeto não se confundem, estabelecendo uma relação de oposição.
Apesar de opostos precisam um do outro para serem considerados sujeito ou objeto, pelo que a sua relação constitui uma correlação.
Embora correlacionadas, não podem trocar de funções. Estabelecem, por isso uma relação de irreversibilidade.
Dado que o sujeito e objeto têm funções específicas, o resultado do conhecimento não é igual para ambos:
Saindo se si para captar o objeto, o sujeito é modificado por este, ao passo que o objeto não é modificado pelo sujeito, uma vez que neste processo o sujeito apreende a imagem do objeto, então poderemos considerar o objeto com a relação entre o sujeito e o objeto que se traduz numa representação de objeto por parte do sujeito.

TEETETO, (diálogo)

É no diálogo Teeteto, de Platão, que se encontra a definição clássica de conhecimento, como crença verdadeira justificada. O conhecimento inclui, então, essas três componentes:
A crença ou opinião, a verdade e a justificação. Tal significa que, embora seja uma condição necessária para o conhecimento, a crença não é uma condição suficiente. Para haver conhecimento é necessário não só que uma pessoa acredite em algo, como também que isto seja verdadeiro, pelo que a verdade é também uma condição necessária do conhecimento. No entanto, o conhecimento não se reduz á união da crença com a verdade. Ninguém possui conhecimento senão justificar cabalmente a sua crença. Por conseguinte é também uma condição necessária do conhecimento.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012


Filosofia

A filosofia é uma atividade de discussão de problemas.
Exemplos de problemas filosóficos:
A filosofia abrange muitos sistemas diferentes como a arte, a politica, a religião, a ciência, a acção humana ou a ética. Por isso os problemas filosóficos são muito diversificados, mas têm em comum o facto de não poderem ser resolvidos pelos métodos das ciências.
Nem todos os problemas filosóficos são imediatamente compreensíveis e mesmo os que são precisam de ser esclaridos. Por exemplo:

Quando perguntamos o que é o conhecimento, a que género de conhecimento estamos exatamente a referirmos?
E quando perguntamos se Deus existe, o que entendemos ao certo por “Deus”?
Esclarecer os problemas a discutir é uma parte importante da atividade filosófica.

Competências relativas a problemas
As competências a avaliar nos diferentes tipos destes a que estão sujeitos são:
·         Identificar problemas filosóficos
·         Formular problemas filosóficos
·         Relacionar problemas filosóficos: entre si e com outros problemas
·         Justificar a relevância de um problema filosófico.
Para identificar um problema, basta apontar a sua designação filosófica habitual. Formular um problema, pelo contrário, exige que apresentamos com clareza e rigor. A forma mais habitual de o fazer é através de uma pergunta, mas isso não quer dizer que isso seja obrigatório, tomemos como exemplo o chamado “Problema do Mal”. Quando se afirma por exemplo, “Este texto é sobre é sobre o problema do mal”, estamos a identificá-lo num determinado texto. Para o formular podíamos apresenta-lo de uma destas formas:
·         Se o poder de Deus não tem limites e Ele é sumamente bom, porque razão existe tanto mal no mundo?
·         O problema do mal é a questão de saber se num mundo em que há tanto mal pode existir um ser, omnipotente e sumamente bom.
Relacionar problemas é mostrar de que modo a forma como respondemos a um tem implicações para a resposta ao outro. Consideremos esta posição sobre o problema do mal:
·         Se for verdade que a liberdade (ou livrabirtio) dos seres humanos que implica a possibilidade de praticar o mal então muito do mal que existe no mundo é uma consequência inevitável da nossa capacidade de agir livremente. Por isso esse mal não é da responsabilidade de Deus.
Esta é uma maneira  de relacionar o problema do mal, como o problema do livrearbitio. Quando se relacionam problemas, não basta dizer que estão relacionados. O desafio é mostrar como estão relacionados.
Justificar a relevância de um problema filosófico consiste em apresentar razoes que o tornem digno de atenção. Estas são duas formas  de justificar a revelancia do problema do mal:
·         O problema do mal é relevante porque se não conseguirmos resolvê-lo ficaremos com boas razoes para acreditar que Deus não existe.
·         O problema do mal não tem importância na medida em que nos leva a pensar na origem do mal e a procurar razoes que o justifiquem.
Teses
As teses são respostas aos problemas. Podemos também usar termos como “teorias” ou “prespectivas” para nos referirmos ás teses. Uma das características da filosofia é a ausência de respostas consensuais para os problemas discutidos. Por isso o estudo de um problema filosófico envolve a identificação das varias teses rivais que se apresentam como respostas. Por exemplo:
Se estivermos a discutir a existência de Deus  importa reconhecer as seguintes teses:
a)      Deus existe
b)      Deus não existe
c)       Não sabemos se Deus existe
As teses mais importantes costumam ser designadas por “ismos”. As teses a,b e c correspondem respetivamente ao teísmo, ao ateísmose e ao agnoticismos. Os ismos são abreviaturas muito convenientes mas não devemos usá-los sem saber exatamente que tese designam até por termos como “objetivismo” ou “realismo” podem exprimir teses muito diferentes. Numa resposta de  exame, importa deixar claro o que se entende pelo “ismo” que se está a usar.
Frases e Preposições
As teses são preposições ou conjuntos de preposições.
Uma preposição é aquilo que é expresso por uma frase declarativa que tem valor de verdade.
Desde modo, as frases que não são declarativas, como as perguntas e as ordens, não exprimem preposições. Uma frase exprime uma preposição se, além de ser declarativa, fizer sentido classicála como verdadeira ou como falsa. As frases com valor de verdade são precisamente aquelas que são verdadeiras ou falsas, mesmo que não saibamos se são uma coisa ou outra. Perguntar pelo valor de verdade de uma frase ou de preposição que esta exprime é perguntar se ela é verdadeira ou falsa.
As frases seguintes não exprimem preposições:
·         Abre a porta!
·         A porta está aberta?
·         Não abras a porta.
Mas as frases seguintes exprimem preposições, já que faz sentido perguntar se são verdadeiras ou falsas:
·         A porta está aberta.
·         A porta não está aberta.
·         Se a porta está aberta, então alguém a abriu.
As frases são a expressão linguística das preposições. Para classificar um pouco a relação que existe entre frases e preposições, importa sublinhar o seguinte:
1.      Se duas frases se diferentes significam o mesmo, então exprimem a mesma preposição.
2.      Se uma frase pode significar coisas diferentes (isto é, se for ambígua), então pode exprimir preposições diferentes. Por exemplo as frases:
“Ponta Delgada fica a sul da Ribeira-Grande e a Ribeira-Grande fica a Norte de Ponta Delgada” exprimem a mesma preposição. Mas a frase:
 “O Érico viu a Sabina com os binóculos” podem exprimir preposições diferentes, pois tando pode querer dizer que o Érico viu a Sabina através de binóculos como que o Érico viu a Sabina a usar binóculos.

Preposições Condicionais
Algumas teses filosóficas consistem em preposições condicionais.
As seguintes são exemplo de preposições desde género:
1.      Se está a chover, então o chão está molhado.
2.      Se os animais não têm deveres, então não têm direitos
3.      Se tudo o que acontece tem uma causa, então não temos livrarbirtio.
4.      Se a indução não tem fundamento, então a ciência é irracional.
Como estes exemplos deixam claros, todas as preposições condicionais podem ser expressas por frases com a forma “se P, então Q”.
Note-se que no lugar de “P” e de “Q” encontramos também preposições. Por exemplo a primeira preposição condicional da lista é constituída pelas preposições expressas pelas frases “está a chover” e “o chão está molhado”.