Filosofia
A filosofia é uma atividade de discussão de
problemas.
Exemplos de problemas filosóficos:
A filosofia abrange muitos sistemas diferentes como a
arte, a politica, a religião, a ciência, a acção humana ou a ética. Por isso os
problemas filosóficos são muito diversificados, mas têm em comum o facto de não
poderem ser resolvidos pelos métodos das ciências.
Nem todos os problemas filosóficos são imediatamente
compreensíveis e mesmo os que são precisam de ser esclaridos. Por exemplo:
Quando perguntamos o que é o conhecimento, a que género de conhecimento estamos
exatamente a referirmos?
E quando perguntamos se Deus existe, o que entendemos ao certo por “Deus”?
Esclarecer os problemas a discutir é uma parte importante da atividade
filosófica.
Competências
relativas a problemas
As competências a avaliar nos diferentes tipos destes
a que estão sujeitos são:
·
Identificar problemas filosóficos
·
Formular problemas filosóficos
·
Relacionar problemas filosóficos: entre
si e com outros problemas
·
Justificar a relevância de um problema
filosófico.
Para identificar um problema, basta apontar a
sua designação filosófica habitual. Formular um problema, pelo contrário,
exige que apresentamos com clareza e rigor. A forma mais habitual de o fazer é
através de uma pergunta, mas isso não quer dizer que isso seja obrigatório,
tomemos como exemplo o chamado “Problema do Mal”. Quando se afirma por exemplo,
“Este texto é sobre é sobre o problema do mal”, estamos a identificá-lo num
determinado texto. Para o formular podíamos apresenta-lo de uma destas formas:
·
Se o poder de Deus não tem limites e Ele
é sumamente bom, porque razão existe tanto mal no mundo?
·
O problema do mal é a questão de saber se
num mundo em que há tanto mal pode existir um ser, omnipotente e sumamente bom.
Relacionar
problemas é mostrar de que modo a forma como respondemos a um tem implicações
para a resposta ao outro. Consideremos esta posição sobre o problema do mal:
·
Se for verdade que a liberdade (ou
livrabirtio) dos seres humanos que implica a possibilidade de praticar o mal
então muito do mal que existe no mundo é uma consequência inevitável da nossa
capacidade de agir livremente. Por isso esse mal não é da responsabilidade de
Deus.
Esta é uma maneira
de relacionar o problema do mal, como o problema do livrearbitio. Quando
se relacionam problemas, não basta dizer que estão relacionados. O desafio é
mostrar como estão relacionados.
Justificar a relevância de um problema filosófico
consiste em apresentar razoes que o tornem digno de atenção. Estas são duas
formas de justificar a revelancia do problema
do mal:
·
O problema do mal é relevante porque se
não conseguirmos resolvê-lo ficaremos com boas razoes para acreditar que Deus
não existe.
·
O problema do mal não tem importância na
medida em que nos leva a pensar na origem do mal e a procurar razoes que o
justifiquem.
Teses
As teses são respostas aos problemas. Podemos também
usar termos como “teorias” ou “prespectivas” para nos referirmos ás teses. Uma
das características da filosofia é a ausência de respostas consensuais para os
problemas discutidos. Por isso o estudo de um problema filosófico envolve a
identificação das varias teses rivais que se apresentam como respostas. Por
exemplo:
Se estivermos a discutir a existência de Deus importa reconhecer as seguintes teses:
a)
Deus existe
b)
Deus não existe
c)
Não sabemos se Deus existe
As teses mais importantes costumam ser designadas por
“ismos”. As teses a,b e c correspondem respetivamente ao teísmo, ao ateísmose e
ao agnoticismos. Os ismos são abreviaturas muito convenientes mas não devemos
usá-los sem saber exatamente que tese designam até por termos como
“objetivismo” ou “realismo” podem exprimir teses muito diferentes. Numa
resposta de exame, importa deixar claro
o que se entende pelo “ismo” que se está a usar.
Frases
e Preposições
As teses são preposições ou conjuntos de preposições.
Uma preposição é aquilo que é expresso por uma
frase declarativa que tem valor de verdade.
Desde modo, as frases que não são declarativas, como
as perguntas e as ordens, não exprimem preposições. Uma frase exprime uma
preposição se, além de ser declarativa, fizer sentido classicála como
verdadeira ou como falsa. As frases com valor de verdade são precisamente
aquelas que são verdadeiras ou falsas, mesmo que não saibamos se são uma coisa
ou outra. Perguntar pelo valor de verdade de uma frase ou de preposição que
esta exprime é perguntar se ela é verdadeira ou falsa.
As frases seguintes não exprimem preposições:
·
Abre a porta!
·
A porta está aberta?
·
Não abras a porta.
Mas as frases seguintes exprimem preposições, já que
faz sentido perguntar se são verdadeiras ou falsas:
·
A porta está aberta.
·
A porta não está aberta.
·
Se a porta está aberta, então alguém a
abriu.
As frases são a expressão linguística das
preposições. Para classificar um pouco a relação que existe entre frases e
preposições, importa sublinhar o seguinte:
1.
Se duas frases se diferentes significam o
mesmo, então exprimem a mesma preposição.
2.
Se uma frase pode significar coisas
diferentes (isto é, se for ambígua), então pode exprimir preposições
diferentes. Por exemplo as frases:
“Ponta Delgada fica a sul da Ribeira-Grande e a Ribeira-Grande fica a Norte de Ponta Delgada” exprimem a mesma preposição. Mas a frase:
“O Érico viu a Sabina com os binóculos” podem exprimir preposições diferentes, pois tando pode querer dizer que o Érico viu a Sabina através de binóculos como que o Érico viu a Sabina a usar binóculos.
“Ponta Delgada fica a sul da Ribeira-Grande e a Ribeira-Grande fica a Norte de Ponta Delgada” exprimem a mesma preposição. Mas a frase:
“O Érico viu a Sabina com os binóculos” podem exprimir preposições diferentes, pois tando pode querer dizer que o Érico viu a Sabina através de binóculos como que o Érico viu a Sabina a usar binóculos.
Preposições
Condicionais
Algumas teses filosóficas consistem em preposições
condicionais.
As seguintes são exemplo de preposições desde género:
1.
Se está a chover, então o chão está
molhado.
2.
Se os animais não têm deveres, então não
têm direitos
3.
Se tudo o que acontece tem uma causa,
então não temos livrarbirtio.
4.
Se a indução não tem fundamento, então a
ciência é irracional.
Como estes exemplos deixam claros, todas as
preposições condicionais podem ser expressas por frases com a forma “se P,
então Q”.
Note-se que no lugar de “P” e de “Q” encontramos
também preposições. Por exemplo a primeira preposição condicional da lista é
constituída pelas preposições expressas pelas frases “está a chover” e “o chão
está molhado”.